sábado, 20 de novembro de 2010

Campos multicolores

Uma vida surrealista...uma vida de memórias....campos multicolores, tresmalhados pelas sensibilidades de cada ser humano que circunda em meu redor. Hoje, diante do espelho imagino-me num novo espaço tridimensional, onde de soslaio te construo e te irrequeço de paradigmas sobreviventes. Longe do meu "eu" conheço o mundo que foi teu. Respiro fora de mim, e vejo-te transfigurar numa mente reconhecivel, singela, envolvente e extasiante. Pintalguei os teus aconchegos do meu perfume fugidio....que um dia será apenas nosso. Vidas surrealistas, tresmalhadas pelo meu sentido de ser "gente", "gente diferente", "gente rara"....aqui neste meu espaço onde tudo é raro e único desenho a metamorfose de uma noz que não será mais do que um pronome pessoal (nós). Queria conhecer um pouco mais de ti e de mim...conhecer os caminhos que percorro e embeber este desenho que traça um rasgo no céu multicolor...com cheiro a futuro

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

sábado, 9 de outubro de 2010

Memórias apaixonadas

Sentada num sitio bem distante da minha vida, bem distante de mim....vejo memórias....memórias longas, duras, passageiras, cruéis, vigorosas, bonitas, tristes, felizes...diria talvez memórias repletas de miscelânias multicolores - amalgamas de sentimentos...ainda que depositadas sobre um pano cinzento e obscuro...Em frente de ti, em frente de mim...desenhei um rodopio de miragens, um rodopio de sonhos outrora amachucados, esclerosados...no fim do caminho recuei, recuei muito e quis ter outra vez os mesmos anos de vida daquele primeiro dia da minha nova vida...dia que data de 24 de Dezembro de 2003...é verdade já se passaram 7 anos da minha existência....7 anos de paixões avassaladoras que nunca passaram disso mesmo....nasceram e morreram num curto espaço de tempo...nada que se tenha concretizado em amor duradoiro....foram apenas paixões absorvidas por tamanhas desilusões e constrangimentos que me fizeram crescer e compreender a importância da minha liberdade. Aqui, agora, conscienlizo-me de mim própria....do meu ser apaixonado que por ser indefeso demais se deixou inebriar por perfumes amargos que jamais se tornaram doces...no recanto mais obscuro de mim própria traço o meu caminho de liberdade....onde nada é tão mais puro do que a minha pureza de querer ser gente livre de prisões e de arredondamentos de personalidades dúbias às quais nunca me encaixei....Aqui, sinto-me bem mais segura no meu recanto, envolvida em palavras minhas, memórias, histórias alheias e aprendizagens tresmalhadas entre a psicologia, a sociologia, a filosofia.....hoje, percebo que um dos meus principais papéis é pensar com alma e reflectir sobre a vida...só e apenas isso

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Liberdade sem Regresso



Estou viva :) Feliz por estar aqui, sozinha. Hoje, caminho numa nova trajectória sem olhar para trás. Gosto do silêncio, olhar dentro de mim e não ver ninguém especial. Aqui no meu coração solitário sinto o palpitar de muitos seres humanos e isso chega-me para respirar .....

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Parada na Imensidão do Azul

Queria dizer-te que sonhei demais...e então parei....parei na imensidão do azul do mar...olhei em frente, suspirei, reflecti e...de súbito voltei a parar....mas, incrivelmente percebi que ninguém me autorizou a parar e, por isso, percebi que teria de recomeçar no mesmo caminho ou talvez num caminho paralelo ao que havia deixado lá atrás...Aqui, no cantinho mais inofensivo do meu ser, respiro...respiro...inspiro...expiro....e solto as leves brisas que tens depositado em mim. Peguei num lápis sem côr, olhei firmemente para a sua extremidade e percebi que não o devia usar...não o devia o usar simplesmente porque tem falta de côr. E, nada nesta vida, é mais belo do que a côr. Hoje, aqui neste cantinho, questiono-me sobre a côr....a côr dos meus olhos, dos teus olhos....a côr da minha vida e da tua...será que é assim dificil para um jovem desenhar uma vida multicolor?! talvez não seja assim tão dificl...talvez baste uma palavra para que a côr nasça na alma....o AMOR...Se ama alguém, não se esqueça de cuidar de quem ama....não deixe de iluminar a alma que a acompanha, não deixe de a encher de mimos e sobretudo não se esqueça de plantar as sementes da amizade e do amor em terra firme.

sábado, 17 de julho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Noite escura

Uma noite escura e estrelada, submersa nos nossos sentimentos.....um olhar ténue, e um mundo cheio de cheiros, sabores e luzes multicolores....nada mais fascinante do que sentir a tua pele estremecer com apenas um simples murmurar da palavra mágica...Magia é aquilo que nos envolve e nos faz transpirar de felicidade em cada gesto trocado...não saberia dizer o que sinto se não existissem apenas e apenas só os nossos sussuros extasiantes a cada beijo trocado, a cada olhar....

quinta-feira, 24 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

Moldes sem mudanças

Acordei de um pesadelo....aqui neste cantinho, junto a ti...sinto-me mais segura, estável e sem sobressaltos...respiro o mesmo ar que tu e simplesmente em nós reside a paz. Conheço os teus dedos duros e fortes da vida que construiste. Fecho os olhos, e nada mais quero ouvir. Sei que não podemos ser nada mais do que nós mesmos. Moldes talvez seja aquilo que ainda conseguimos aperfeiçoar. Com os moldes, podemos alicerçar planetas, sentimentos, sonhos, fantasias e realçar defeitos e virtudes. Nada mais fácil do que nos moldarmos, sem mudarmos o nosso "eu".

segunda-feira, 7 de junho de 2010

sábado, 5 de junho de 2010

Há dias assim....ou talvez não :)



Não te sintas só.....

Vambora - Adriana Calconhoto



A amizade não tem preço....por isso esta música é dedicada a alguém muito especial. Feliz Aniversário, amiga :)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sensibilidade: Eles versus Elas

A sensibilidade impera em qualquer ser humano, seja masculino ou feminino...no entanto, teremos de analisar todos os meios sociais, culturais, familiares, inter-relacionais em que o individuo se desenvolve para considerarmos em que termos existe sensibilidade no seu "eu". Ás vezes, o que é visto como sensibilidade de uns, não é visto como sensibilidade de outros. Naturalmente, existem individuos mais afáveis e mais amáveis que outros. E, em consonância com os papéis desempenhados por cada um de nós na sociedade, assim, se predispõe a nossa sensibilidade. Por vezes, a nossa sensibilidade também advém dos valores que nos são transmitidos ou da forma como assimilamos os valores morais que nos são inculcados pelas instituições: "familia, escola, pares, etc..".
Intrinsecamente, à primeira vista, a mulher parece ser a mais sensivel, por ter traços figurativos de mãe, esposa leal que "cuida" da casa e da familia. No entanto, a mulher pelos papéis que já vai desempenhando na sociedade e no vasto mercado de trabalho, vai tornando-se fria e mais independente (menos sensivel ao que a rodeia).
Por vezes, situações de desemprego ou de emprego onde imperam posições de chefia, torna o homem ou a mulher um ser mais insensivel a tudo, incluindo nas relações amorosas. A distância afectiva que a nossa sociedade (por vezes desleal) impõe torna-nos individuos (homens e mulheres) mais independentes e menos dedicados ao outro (por si só, menos sensiveis).
Não podemos ainda esquecer, que a sensibilidade de uns pode não ser a sensibilidade de outros. A sensibilidade pode predispôr-se como um paradigma, sendo que a mesma se afigura como um padrão absorto em sentimento (e como todos os "tipos" de sentimento não se podem padronizar nem medir, apenas podem ser observados, estimulados e/ou apreendidos).
Acredito que, todos os seres humanos podem tornar-se sensiveis e moldar-se à medida das suas próprias necessidades, mesmo no que diz respeito às relações afectivas (amorosas, por exemplo).
Regra base, não existem homens mais sensiveis que mulheres ou o contrário. Simplesmente, homens e mulheres apresentam diferentes formas de exprimir a sua sensibilidade, de acordo, com as suas experiências vivenciadas.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Imperfeição da Perfeição

A manhã de Inverno que caiu um dia sobre nós ainda não brilhou....simplesmente porque esse tempo ainda não chegou...hoje tenho saudades do frio....saudades de um tempo que um dia irá aninhar-se a mim como uma pluma que cai sobre um canto da tua alma. Cada um de nós tem o seu canto e o seu encanto...basta saber conjugar todos os verbos que a vida nos ensinou..Há quem viva eternamente na ignorância e não saiba uma só palavra...talvez apenas pense que um dia a conheceu....nada no ser humano é verdadeiramente perfeito....só e apenas só a imperfeição tem brio e sabor para ascender por entre os buracos mais profundos que a sociedade em dado momento cimentou no corpo e na alma de um qualquer ser humano....
Hoje, numa ténue nota de música pensei em ti e sonhei, sonhei e sonhei...rodopiei e vibrei por saber que estás vivo não só nas minhas memórias mais recentes como no presente...Traduzindo um sentimento numa frase descubro....que nos corações puros, os sentimentos não podem ser descitos em palavras, mas apenas em gestos univocos e sinceros.
Quase perfeito não existe...a perfeição não existe e a imperfeição sim, tem uma beleza trandisciplinar e coesa num só tempo e num só mundo....o meu, o teu, o nosso e o vosso.
Aqui prometo-te um presente.....amanhã mostro-te um "eu" maior com garra de ascender a novos rios e a novas visões com beiras seguras.....
Nada é Tudo e Tudo é Nada....
Viver sem Perfeição será a pureza dos meus caminhos......
Não seja Perfeito....Seja absurdamente Imperfeito....e nesse momento será feliz....

sábado, 29 de maio de 2010

Amanhecer na maresia

Um ar quente pela manhã...um cheiro a maresia e um sorriso tremido nos lábios que outrora pareciam calados e mudos, regelados pelo medo de voar...
Aqui...neste meu ser luminoso apenas repousam os sonhos, os abraços, os beijos e as flores que um dia ousamos plantar em nós....
Redecorei o rosto, a pele e em mim nasceu um novo brilho no olhar naquele momento ténue onde surgiu a esperança de viver na serenidade virtual....Serenidade virtual que um dia te quis transmitir com o intuito de apenas te fazer chegar ao cume da felicidade extasiante. No meio da serenidade virtual, percebi que apenas bastava ser eu e nada mais...para que a felicidade se tornasse a mais simples possivel.
Num ser confiante, singelo, transparente me deixei elevar até ao reino dos céus que outrora se vislumbra como impuro e insignificante.
No rodopio das aves que pairavam no meu ser divinal, construi um caminho multicolor, absorto em sentimentos, múrmurios e chamamentos coerentes....do rio das trevas passei para o reino paradisiaco onde tudo é mais seguro e menos paradoxal.
Aconchegada a mim, deixo-me estar....esperando por ti...

terça-feira, 18 de maio de 2010

O pano de Seda

Ao longe vi um pano de seda....frágil, sujo, pequenino demais...diria talvez indefeso que circundava num espaço demasiado árduo e absorvente para se definir como aconchegante e singelo. Fechando os olhos reconheço que aquele pano de seda que outrora foi multicolor e cheio de força, neste momento é nada mais nada menos que apenas um farrapo que um dia sonhou demais à procura de uma vitória que nunca soube qual seria. Olhando o mar, recordo como falhei por não te ter dito o quão era importante veres-te como gente grande. Esqueci-me de te pedir que cuidasses de ti....falhei e todos nós falhámos. Afinal, somos todos seres humanos com alma e coração. A vida é tão pequenina....então porque facilitamos? Talvez porque somos todos seres humanos que não olham para a vida com a lucidez necessária. Hoje, sentei-me num novo espaço e apercebi-me de como não dei importância às pequenas coisas. Deixei a vida escapulir-se por entre as nuvens da minha alma e não quis amar o Sol.
Talvez, agora esteja a crescer de uma forma diferente, para uma nova dimensão, para um novo mundo...onde tudo tem de ter sabor, calor, amor, respeito e sobretudo o verbo ou verbos "Cuidar" e "Gostar". No entanto, estes simples verbos teriam de ser acompanhados do Cuide de Si e do Gosto de Si. Porque na época do "aqui e do agora" em que tudo é tão passageiro e incoerente mas consequente há que pensar em nós mesmos. Sei que falhei muitas vezes quando olhei demais para os outros. Aqui, em frente ao mar sei que chegou o momento de me ver e de olhar por mim....porque a vida é uma leve pluma que um dia voa, voa, voa e não volta.
Não olhe demais para os outros, olhe para si e cuide-se todos os dias.

terça-feira, 4 de maio de 2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

Solidão !?



Será que vivemos mesmo na Era da Solidão? Então e se a vida fosse um paraiso multicolor por sentirmos em nós o frio da Solidão...talvez se caminharmos de encontro à luminosidade da Alma iremos atingir um rodopio de sentimentos atormentados por vidas que outrora conheceram o calor do Inferno e hoje permanecem aninhadas à leve brisa do Paraiso...
Solidão é uma palavras apenas....o ser humano nunca está sozinho....porque nós somos seres sociais que pairamos por vários caminhos em constante comunicação com o mundo do aqui e do agora .....ou talvez do amanhã.
Está só? sinta-se feliz...porque existe sempre alguém que pensa em si....nem que seja por um segundo apenas...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Uma lenda de Abrantes

Das lendas da cidade que conheço, esta é que mais gosto pelo seu detalhe.

ABRANTES é uma antiquíssima cidade. Segundo alguns autores, terá sido fundada pelos Túrdulos 990 anos antes de Cristo, segundo outros foi fundada por galo-celtas em 308 a. C. Foi senhoreada por Romanos, Visigodos, Árabes e, por fim, em 8 de Dezembro de 1148, conquistou-a D. Afonso Henriques. Diz-se que os Romanos lhe chamavam Tubucci, os Vísigodos Aurantes e os Árabes Líbia. Segundo a lenda, o nome de Abrantes data, mais ou menos, da época da conquista da fortaleza por D. Afonso Henriques, estando ligado a acontecimentos imediatamente posteriores.
Consta que era alcaide do castelo um velho mouro chamado Abraham Zaid. Abraham tinha uma filha a que chamara Zara e um filho bastardo, de uma cativa cristã, a que pusera o nome de Samuel. Ninguém sabia, porém, que Samuel era filho do velho alcaide, nem o próprio rapaz. Assim, viviam os dois jovens apaixonados e o velho sentindo crescer em si, dia a dia, uma angústia terrível, antevendo a hora em que seria obrigado a revelar o seu segredo.
Um dia, diz a História, os cristãos foram pôr cerco ao castelo. A hoste era comandada pelo aguerrido Afonso Henriques, que trazia consigo vários cavaleiros e monges. Do Mosteiro do Lorvão trouxera o Rei um velho e sábio monge beneditino para o aconselhar os assuntos espirituais. De algures, de um local qualquer do reino, trouxera um cavaleiro cheio de ideais e de força guerreira, chamado Machado.
Finda a batalha e conquistado o castelo, Samuel foi aprisionado por Machado. Na confusão do saque da debandada moura, o cavaleiro, que acabara de desarmar Samuel, viu um peão perseguindo Zara com intuitos evidentes de violação, e, entregando o prisioneiro a dois vigias, correu em auxilio da moura. Com um forte empurrão derrubou o soldado, que estava ébrio, e amparando Zara foi entregá-la à custódia do velho beneditino, até que se acalmassem os ânimos exaltados pelo sangue, pelo saque e pelo vinho.
Quando o cavaleiro Machado retomou o seu posto, ia como que alheado. Ficara fascinado pela beleza da moura, estranhamente parecida com uma imagem de Nossa Senhora dos Aflitos que sua mãe lhe dera ao morrer e que ele, devotamente, trazia sempre consigo. Por outro lado, impressionara-o a repentina recordação de um sonho que vinha tendo frequentemente e no qual, ao escalar os muros de um castelo, se via salvando uma donzela com que se casaria. Tudo isto contribuía para o alhearnento do jovem cavaleiro, que, se não fossem as suas obrigações de guerreiro, decerto se teria quedado em enternecida contemplação da bela Zara.
Entretanto, D. Afonso Henriques, querendo remunerar os serviços prestados naquela batalha pelo seu bastardo D. Pedro Afonso, deu-lhe o senhorio do castelo e nomeou-o seu alcaide-mor. Pedro Afonso, porém, desejava partir com o pai para Torres Novas e, por isso, decidiu delegar a alcaidaria no cavaleiro Machado.
O Rei, antes de partir, mandou que o monge ficasse no castelo como guardião das almas, ordenou-lhe que entregasse a prisioneira a Abraham e tomou todas as medidas necessárias à segurança da vila.

Assim que a hoste se desvaneceu ao longe, na poeira, o cavaleiro Machado, feliz por ficar como alcaide do castelo, apaixonado por Zara, preparou-se para conquistar o seu coração utilizando os meios permitidos pelo código de honra da cavalaria, ou seja, os modos corteses e suaves. Mas Zara, que adorava Samuel, sentia uma espécie de rejeição cada vez que o cavaleiro se aproximava de si. E, para não fazer qualquer gesto mais brusco que comprometesse a boa paz em que viviam, pedia conselhos ao pai e ao velho monge. O frade, como confessor do cavaleiro, bem sabia o amor que ele tinha pela donzela, e, como bom observador, compreendia que nas evasivas de Abraham existia qualquer coisa de estranho. Por isto, procurava conciliar toda a gente e assegurava a Zara a honradez e nobreza de sentimentos do jovem alcaide.
Samuel, porém, não conseguia viver em paz. Os ciúmes irrompiam nele à mínima alusão, ao mínimo gesto, sem que conseguisse controlar-se. E, na sua insegurança, tão depressa acatava as palavras conciliatórias de Abraham e do monge, como ficava possuído pelo demónio da Loucura, que o obrigava a cometer insânias.

Zara acreditava que Samuel estava compenetrado do seu amor e da sua fidelidade e pensava, por isso, que as acções destrambelhadas do rapaz provinham da mudança de situação para vencido de guerra. Assim, certa tarde em que tentava reconciliá-lo com o alcaide, perguntou ao pai como deveria proceder se o cavaleiro viesse procurá-la e ele não estivesse em casa: deveria manter a porta fechada como se não estivesse ninguém, ou recebê-lo-ia?
Abraham, julgando ver nesta pergunta um novo intuito de ofensa ao alcaide do castelo, para evitar mais problemas, respondeu:
-Nada temo nem receio da tua virtude, minha filha. E confio também na honradez do alcaide. Abre antes a porta!

Samuel, porém, ao ouvir estas palavras perdeu o domínio de si e correu para a rua, gritando como louco:
- Abre antes! Abre antes!

A vizinhança acorreu, uns aos postigos, outros às vielas, a saber o que aquilo era, e Samuel, enlouquecido de ciúmes, contava a história à sua maneira, deixando agravados o alcaide, Zara, Abraham e o próprio monge.
Conta a lenda, ainda, que Samuel acabou por cair de cansaço e de febre. Uma vez bom de saúde, Abraham juntou os e contou-lhes a verdade sobre o nascimento do rapaz. Assim ficaram a saber que eram irmãos e que a mãe de Samuel fora uma bela cativa cristã que certo dia chegara a Tubuccí chorando um noivo que deixara na sua terra, chamado João Gonçalves.

Rolaram lágrimas silenciosas pelas faces envelhecidas do frade beneditino. Ele fora esse João Gonçalves que, vendo a noiva desaparecer, crendo-a perdida para sempre, entrara para o Mosteiro do Lorvão. Pediu o monge a Abraham dados sobre essa cativa, para se certificar de que a mãe de Samuel fora a sua amada noiva. E vendo que os dados coincidiam, tomou o rapaz a seu cargo, conseguindo pô-lo ao serviço do Rei de Portugal.
Machado e Zara acabaram por casar, depois de os mouros se terem feito cristãos, e dentro das muralhas da velha Tubuccí reinou, finalmente, a harmonia.

E, segundo reza a lenda, em memória do febril acesso de loucura de Samuel, Tubucci passou a ser chamada Abrantes.

Lenda da Princesa Zara

A Princesa Zara
Era uma vez ... nos tempos já muito distantes do Rei Afonso, que do norte vinha para o Sul, conquistando terras e mais terras que estavam na posse da moirama, chegou ele às proximidades de Leiria cuja terra conquistou também.

Aqui construiu um castelo rouqueiro, que entregou à guarda dos seus guerreiros, abalando à conquista de mais terras, a construir um Portugal maior.

Os mouros sabendo do castelo pouco guardado, voltaram e, após uma luta porfiada, venceram os guardas do castelo e tomaram-no.

Passou a ser por essa altura, seu guardião, um velho mouro que vivia com sua filha, uma linda moura de olhos esmeraldinos e louros cabelos entrançados, chamada Zara.

Um dia, já o sol se escondia no horizonte sob nuvens acobreadas, a linda moura, estava à janela do castelo voltada ao Arrabalde, a pentear os cabelos encanecidos de seu velho pai, quando viu ao longe uma coisa que lhe pareceu estranha, mesmo muito estranha.

Que viu a linda princesa castelã, de olhos verdes de esmeralda?

Viu o mato a deslocar-se de um lado para o outro e também em direcção do castelo.

Foi então que a linda princesa castelã perguntou ao seu velho pai:
"Oh! Pai, o mato anda?" Ao que o pai da linda princesa, respondeu:
"Anda, sim, minha filha, se o levam."

E o mato era levado, sim, mas pelos guerreiros cristãos do Rei Afonso, que se escondiam atrás de paveias de mato que cortaram e ajuntaram para avançarem para o castelo sem serem vistos.

E avançaram, avançaram cautelosamente, até que já próximo da porta chamada da traição, correram, passaram-na lentamente e conquistaram o castelo.

Nunca mais se soube da linda princesa de olhos verdes, nem de seu velho pai, que era o Governador, mas, a partir desse dia, Portugal ficou maior.

quinta-feira, 25 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Lugares sem destino

Caminhei por todos os cantos do meu humilde ambiente e vislumbrei lugares singelos....luminosos...escuros ou simplesmente pouco perfeitos, diria apenas seguros. No meu pequeno mundo vejo-te passear em mim como uma leve pena que voou, voou e voou...uma pena que deixou escapar a felicidade e se redimiu à solidão.
Solidão....o que significará isso? Não sei....Hoje, ninguém vive só....nas ruas, nas salas do conhecimento paradigmático existem mil mundos por desvendar e mil corações por conhecer.
Olho a janela e reconheço que o meu passado é apenas um passado...qualquer....Que um dia significou demais e hoje significa de menos. Ontem, olhando o mar, vislumbrando o pôr-do-sol junto de um porto de abrigo, senti-me segura. Hoje, começo a reconhecer como tudo é bem mais bonito agora. Agora, que vivo comigo, sem ti....sou feliz....só e apenas só, porque aprendi a voar muito longe sem partida nem chegada....diria talvez sem destino.

sexta-feira, 19 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

Filme: Playground Love - Air from The Virgin Suicides



Truz! Truz! Já fizeste a critica deste filme?
Vamos fazê-la em conjunto?

Critica Cinematográfica

SIMPLICIDADE E MUITA SENSIBILIDADE

Baseado no romance de Jeffrey Eugenides, «As Virgens Suicidas» é a estreia na realização de Sofia Coppola, depois de uma falhada incursão como actriz em O «Padrinho - Parte III». O mais espantoso neste filme, é que se observa no olhar terno, no sorriso tímido e no ar da sedutora ingénua Sofia, características suas muito próprias, com defeitos, mas que se revela estranhamente atraente.

A história passa-se em torno de uma família de classe média (o pai é professor de matemática e a mãe doméstica) dos arredores de Michigan. Tudo se inicia com o suicídio de uma das cinco irmãs e com a protecção repressiva da mãe, extremadamente religiosa, que leva à autodestruição e suicídio das outras quatro. Tudo narrado na perspectiva voyeurista de rapazes do bairro.

Contando com um argumento muito pobre em que muitas coisas ficam por explorar e outras se apresentam de ténue explicação, o filme carece de ritmo, sendo pouco apelativo em alguns momentos - especialmente no início. No entanto, o ambiente de hipnótica ilusão, a simplicidade das imagens e uma certa ingenuidade tornam o filme bonito (é este o termo!). A música muito bem acrescentada a cada situação e a beleza ímpar das jovens, assim como a irreverência colocada na sua revolta (leia-se suicídio), são igualmente felizes.

Em suma, «As Virgens Suicidas», sendo uma obra que não envergonha e demonstrativa até de argumentos para o futuro, também não terá - na minha opinião - os imensos atributos que são apregoados pela crítica profissional. Acaba por ser um misto de drama e comédia negra, marcados por uma visão de assinalável cinismo. Atente-se na cena cruel passada numa festa - já depois das mortes -, em que um indivíduo salta para a piscina - simulando suicídio - e pede ajuda referindo ser um adolescente com problemas.

Participações regulares de James Woods e de uma Kathleen Turner onde se nota já o passar implacável dos anos. O resto do elenco não compromete.

by Joaquim Lucas

Ryan Farish - The Promisse



Se prometer cumpra....Se sabe que não cumpre, não prometa....simples não?
Aprenda a viver com Alma....Seja verdadeiro consigo e com os outros...

Entusiasmo

Meus amigos cibernautas, não vamos perder o entusiasmo, pois não?

Vamos dar largas à imaginação e criar com cada vez mais entusiasmo, sempre com um olhar no futuro....Toca a sair dos tumultos da vida e vamos renascer para novas dimensões, limpando com suavidade o passado, construindo com pequenos pezinhos de lã um estável mundo novo :) Sorria e cresça....Mas, atenção, sempre na mesma direcção, não se desequilibre...Não deixe que lhe provoquem rugas na Alma :) Resguarde-se...

"Perder o entusiasmo provoca rugas na alma."



Samuel Ullman

Novos Caminhos....virar a página

Estou a caminhar numa nova direcção, prosseguindo novos caminhos....lutando por ser apenas mais uma pessoa especial na Gente Singular de Manuel Teixeira Gomes...continuo sempre em frente, olhando o mar....sentindo que aqueles meses foram apenas mais uns meses de sonho que um dia se perderam no tempo e no espaço...olho para trás, e de uma forma atordoante me arrependo por te ter mostrado o meu coração. Não mereceste nada do que te dei...absolutamente nada....aqui neste sitio grande demais e pequeno demais para ti....sinto que fui apenas um número no teu coração triste e amargurado por uma vida estranha cheia de tudo um pouco...
Hoje, sei que vou voar bem longe para me esquecer que passaste por mim...hoje tornou-se o inicio de novas metas, novas buscas. Hoje, é o dia do nascimento de um cantinho ao sol.
Viro a página, não mais vou ler as tuas entrelinhas nem os teus conflitos interiores...Stop....

E porque é que os amores hoje em dia desvanecem com um simples estalar de dedos?

Ora ai está a resposta :) Enjoy it :)

"Fazemos tudo para conquistar um coração mas muito pouco para o conservar."



Jacques Deval

A Fraqueza e a Força

"Duas coisas indicam fraqueza: calar-se quando é preciso falar, e, falar quando é preciso calar-se."



Provérbio

Se não disse o que deveria ter dito, irá arrepender-se e cair na ténue escuridão do amanhã...não se estabilize no silêncio, pois falar sem som é ser-se fraco eternamente. O tempo dos fortes é o do aqui e agora, mas sobretudo é daqueles que falam com som, sentem com o coração e explicam por palavras....Nesta vida, poucos são os fortes, muitos são os fracos.
Lute por ser forte, não se silencie para sempre.

Atenção: Existem momentos cruciais para se permanecer em silêncio, no entanto não se esqueça que - aninhar-se ao silêncio eternamente é traçar um buraco negro cada vez mais fundo em sem redor.

segunda-feira, 15 de março de 2010

A força é uma alavanca....um impulso de vida

"Ser alegre é ser forte; a força é uma alavanca,
Só é forte quem tem a consciência branca."
Guerra Junqueiro

p.s. Eu tenho a consciência branca e tu?

Renascer das Cinzas




RENASCER DAS CINZAS

Dia 17 de Maio de 2008

quarta-feira, 10 de março de 2010

Yann Tiersen - From prison to hospital



O teu destino está traçado...pára com os comentários anónimos...Ambos somos livres...Deixa-me em paz...não me ataques mais...

Goodbye Lenine -Yann Tiersen - Summer 78

terça-feira, 9 de março de 2010

O Adeus

"É difícil dizer adeus quando se quer ficar, é difícil sorrir quando se quer chorar, mas difícil é ter que esquecer quando se ama alguém!"

Fórmula: Para esquecer alguém torne-se indiferente...o amor e o ódio tocam-se no mesmo fio condutor...Depois do amor, surge o repúdio e logo a seguir a indiferença. Há feridas que não saram. Há palavras proferidas que jamais se perdoam. Há facadas que sagram uma vida inteira. A confiança perdeu-se e não voltará a coabitar-nos.

As palavras escondidas nos percursos dos últimos posts revelam muito do que és. A incoerência de sentimentos existe quando os seres humanos insistem em viver na instabilidade...Não nos podemos esquecer que quem amou....um dia terá de ser enterrado sem hipótese de renascimento.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

"As coisas piores"

"Não sabia que a dor contém estranhos labirintos
que ainda não acabara de percorrer"

Até logo, tristeza,
Assumpta Roura

"Amanhã? Onde está o Amanhã?"

"Cada homem é obrigado,
no decurso da sua breve vida,
a escolher entre a esperança infatigável
e a prudente falta de esperança,
entre as delicias do caos
e as da estabilidade."

Até logo, tristeza - Assumpta Roura

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Lenda de S. Valentim

As comemorações de 14 de Fevereiro, dia de S. Valentim, como dia dos namorados, têm várias explicações – umas de tradição cristã, outras de tradição romana, pagã.

A Igreja Católica reconhece três santos com o nome Valentim, mas o santo dos namorados terá vivido no século III, em Roma, tendo falecido como mártir no ano 270. Em 496, o papa Gelásio reservou o dia 14 de Fevereiro ao culto de S. Valentim.

Valentim era um sacerdote cristão contemporâneo do imperador Cláudio II. Cláudio queria constituir um exército romano grande e forte no entanto, não conseguiu cativar muitos romanos a alestiram-se e acreditou que tal sucedia porque os homens não se dispunham a abandonar as suas mulheres e famílias para partirem para a guerra. Por conseguinte, a solução que encontrou foi proibir os casamentos dos jovens! Valentim ter-se-á revoltado contra a ordem do imperador e, ajudado por S. Mário, terá casado muitos casais em segredo. Quando foi descoberto, foi preso, torturado e decapitado a 14 de Fevereiro.


A lenda tem ainda algumas variantes que acrescentam pormenores a esta história. Segundo uma delas, enquanto estava na prisão, Valentim era visitado pela filha do seu guarda, com quem mantinha longas conversas e de quem se tornou amigo. No dia da sua morte, ter-lhe-á deixado um bilhete dizendo «Do teu Valentim».

Quanto à tradição pagã, pode fundir-se com a história do mártir cristão: na Roma Antiga, celebrava-se a 15 de Fevereiro um festival, os Lupercalia. O dia 15 de Fevereiro, no calendário romano, coincidia aproximadamente com o inicio da Primavera. Na véspera desse dia, eram colocados em recipientes pedaços de papel com o nome das raparigas romanas. Cada rapaz retirava um nome, e essa rapariga seria a sua «namorada» durante o festival (ou, eventualmente, durante o ano que se seguia).

Com a cristianização progressiva dos costumes romanos, a festa de Primavera, comemorada a 15 de Fevereiro, deu lugar às comemorações em honra do santo, a 14 de Fevereiro.

Há também quem defenda que o costume de enviar mensagens amorosas neste dia não tem qualquer ligação a S. Valentim, mas deve-se ao facto de assinalar o princípio da época de acasalamento das aves.

Com o decorrer do tempo, o dia 14 de Fevereiro ficou marcado como a data de troca de mensagens amorosas entre namorados, sobretudo em Inglaterra e na França – e, mais tarde, nos Estados Unidos. Neste último país, onde a tradição está mais institucionalizada, os cartões de S. Valentim já eram comercializados no início do século XIX. Actualmente, o dia de S. Valentim é comemorado em muitos países do mundo como pretexto para os casais de namorados trocarem presentes.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Fragmento

Quando estamos sozinhos é impossivel brilharmos....
Quando fomos dilacerados jamais iremos chegar ao brilho de um lado solar ou lunar.
Um dia magoam-nos profundamente e nós deixamos de acreditar nos sentimentos puros, tornamo-nos frios e solitários...
Os corações puros perderam-se no tempo.
Os corações puros foram destruídos por uma qualquer vida amargurada.
A vida não é justa...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Café Del Mar - Aire - zahara music



Uma música que não vou esquecer...

Reflexões de um amor perdido

Já não sei pensar sobre mim, nem sobre nós. Tudo me parece sem côr, sem sabor, sem ritmo, sem vida. Já não sei apreciar nada nem ver nada. Apenas guardo em mim a frieza das tuas palavras e os punhais que cravaste em mim, suplicando-me um perdão por algo que eu nem sei bem o que foi. Talvez me pedisses um perdão por nunca me teres amado. E, se percebermos o meu coração magoado de uma outra forma e que tal dissecá-lo e apreciá-lo por dentro, seria um bom caminho a prosseguir. Talvez chegássemos à conclusão univoca que tenho um coração bom demais para ser amado. Seria bom encaixar em mim o triste desassossego de que nunca fui amada. Numa noite escura que se aproxima começo a sentir o gelo que me atravessa os ossos e os olhares frios das pessoas amarguradas e atordoadas por uma vida que não escolheram. Aqui nesta vida vive-se um tempo de insegurança, de desconfiança, de deslealdade, de infidelidades e eu grito ao céu que não pertenço aqui. O meu coração também me diz que tu não pertences aqui, mas não consigo compreender a tua estranha atitude que tanto me entrecruza a alma dilacerada. É tudo tão injusto, tão incompreensivel....mas talvez nesta vida, nada seja para compreender. Esta é uma vida onde as pessoas têm pedras no lugar de corações e é nessas pedras que vivem uma felicidade ficticia que lhes encadeia os sentimentos que outrora foram puros.

See You Soon - Coldplay

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Principais Fundamentos do Socialismo Marxista

Nesta recensão crítica abordarei os ideais socialistas inerentes à obra Pressupostos do Socialismo e as Tarefas da Social-Democracia no qual se destacam os seguintes capítulos: “Principais Fundamentos do Socialismo Marxista” e o “O Marxismo e a Dialéctica Hegeliana”. O primeiro incide sobre as principais teorias do marxismo e do desenvolvimento capitalista, enquanto que o segundo refere-se essencialmente à concepção marxista e à dialéctica Hegeliana.
Bernstein expõe a sua visão acerca do marxismo, fazendo alguns comentários e realçando os principais elementos constitutivos da teoria marxista: o materialismo histórico, a teoria da mais-valia, a teoria de classes entre burguesia e proletariado e a teoria do modo de produção burguês.
Bernstein como membro dos movimentos dissidentes dos Congressos Internacionais Operários de Londres (1864) e de Paris (1889), propôs a revisão do marxismo. Este ao observar o diálogo entre operários e sindicatos e a evolução do liberalismo, sugeriu o uso de uma via pacífica e democrática para, usando as estruturas da democracia, lentamente alterar a sociedade reformista, para um mundo mais justo. Foi o socialismo revisionista que originou a Social Democracia e o Socialismo Trabalhista.
Este marxista alemão explicita no primeiro capítulo que a social-democracia tem como base a teoria social proposta por Marx e Engels, denominada de socialismo científico. Estes analisaram a história e as leis do capitalismo concluindo que as sociedades eram marcadas pela lutas de classes, de explorados contra os explorados; defendendo, acima de tudo, o conhecimento baseado na experiência. Segundo Bernstein as teorias da experiência não são mutáveis, pois também nos obrigam a fazer remodelações e aperfeiçoamentos, visto que esta é variável e constante.
De seguida, remete-nos para a concepção materialista da história considerando que o materialismo é um calvinismo ateu que nega a ideia de predestinação mas admite que tudo é determinado pela totalidade da matéria, pois esta ao “mover-se” produz as nossas ideias e opções.
Em consequência da abordagem do materialismo histórico, Bernstein apresenta a teoria do Marxismo que se insere nalguns pressupostos tais como, o processo histórico marcado pela dialéctica (isto é, pela sua constante evolução/transformação), onde Marx considerou que era à realidade exterior que cabia o papel essencial e dinâmico das ideias e dos homens.
Para além disso, considerou que entre as realidades exteriores, aquela que detinha o papel primordial era a realidade económica – apelidada de infra-estrutura – porque dela dependia a imediata sobrevivência. Assim, foi à realidade económica que Marx atribuiu o papel de motor da História. De facto, esta determina as relações de produção que, por sua vez, geram as relações sociais específicas e até as relações políticas.
Essas relações sociais, movidas pelos interesses antagónicos que forçosamente se criam entre os que dominam os bens de produção e os mecanismos económicos e aqueles que, não os controlando, se lhes têm de submeter, conferem ao processo histórico a sua dinâmica própria: a dinâmica da luta de classes.
Estes pressupostos, aplicados à leitura da História, conduziram Marx à ideia de que na evolução das sociedades humanas, até à sua época, se podia distinguir uma sucessão de modos de produção: o esclavagismo, em que a produção se apoiava na exploração do trabalho escravo; o feudalismo, no qual se explorava o trabalho produtivo dos servos da gleba; o capitalismo, em que a produção era orientada para o máximo lucro através da exploração da mais-valia do trabalho proletário.
A dinâmica que determinara a evolução destes modos de produção fora a da luta de classes, através da qual uma elite entre os dominados, usando de vários processos, conseguira suplantar a minoria de cima e se impusera como nova elite dominadora.
O ciclo evolutivo da teoria marxista finda com o capitalismo e os seus males, onde Marx preconizou a construção de um novo modo de produção: o comunismo, definido como aquele em que toda a propriedade, privada ou cooperativa, seria abolida e substituída pela propriedade comum de todos os meios de produção, geridos pelo Estado em nome de todos e para todos.
Deste modo, as classes desapareciam, assim como os seus antagonismos, e o Estado, em vez de ocupar-se com o governo das pessoas, passaria a tratar apenas da “administração das coisas”.
Segundo, Engels afirma-se no Anti-Dühring a teoria marxista da luta de classes que se baseava na concepção materialista da História. Bernstein pretende proceder através do seu estudo algumas críticas à teoria marxista, afirmando que não tratou esse assunto duma forma exaustiva, mas sim objectiva, visto que exigia a sua demonstração no seio da classe operária.
Além disso, este marxista alemão acrescenta que a doutrina de Marx detinha insuficiências, apesar de estas poderem ser corrigidas, desde que não tenha nada a perder, mas sim ganhar, logo deveriamo-nos “aperceber que é Marx, ao fim e cabo, que tem razão contra Marx”.
Em relação ao segundo capítulo da sua obra, “O Marxismo e a Dialéctica Hegeliana”, é evidenciada a evolução da doutrina marxista da História (1844-1847), num período em que a Europa se encontrava em grande contestação onde os operários reivindicavam melhores condições de vida.
Nesta época assistia-se na Alemanha a um reforço do liberalismo burguês, manifestado até à influência de Feuerbach e da luta anti-religiosa, considerado na altura um combate político fundamental. Marx e Engels apresentaram uma visão aprofundada do materialismo de Feuerbach, já que este dependia fundamentalmente da ciências naturais.
Assim, retiraram à dialéctica qualquer carácter místico e conceberam a sua teoria do materialismo dialéctico sob a influência da luta de classes, (a burguesia e o proletariado). Em contrapartida, Marx e Engels afirmaram como dialéctica ideal, o seu reflexo no mundo real e na consciência, além de Hegel que distinguiu dois métodos de observação, um metafísico e outro dialéctico.
Bernstein não partilha das ideias de Marx, revelando uma certa surpresa, quando se deixou influenciar pela dialéctica Hegeliana declarada no seu livro O Manifesto Comunista, pois inadvertidamente a Alemanha encontrava-se num estado económico precário, prevendo a Revolução burguesa, em 1847.
No entender de Bernstein, este acontecimento levou-o a deduzir que Marx avaliou a evolução política e social de uma forma abstracta. O marxismo pressupunha a alteração da ordem social e política do seu tempo com base numa revolução que viabilizasse a ascensão ao poder das forças proletárias. Este utopismo depressa esbarrou com um problema básico: a maturidade política do proletariado alemão, o seu insuficiente nível intelectual e o seu baixo nível de instrução. Esta impreparação efectiva do proletariado e este desnivelamento entre a realidade socioeconómica e o idealismo político, consistia, segundo Bernstein, o calcanhar de Aquiles da teoria marxista, que aliás inviabilizaria a sua aplicabilidade na Alemanha.
Dessa fragilidade já se tinha apercebido Engels quando reconhece o erro em que se tinha envolvido com Marx, acerca da evolução da Humanidade, sobretudo nos aspectos relacionados com as origens do Estado, da Propriedade e da Luta de Classes, esses sim os verdadeiros “motores da História”. Daí que Bernstein se aperceba que a simbiose das ideias entre Marx e Engels se aproximava claramente de August Blanqui, sobretudo na concepção dos intervenientes da Revolução, numa evidente alusão à oposição histórica entre o proletariado e a burguesia, sendo o primeiro um produto do segundo mercê das formas de exploração laboral, das mais-valias suscitadas pela transformação industrial e pela acumulação primitiva do capital. Este é, em síntese, o pensamento subjacente ao blanquismo, que se caracteriza no “poder ilimitado da violência revolucionária e do seu corolário: a expropriação” Foi com base nessa concepção de apropriação dos meios de produção que Marx se inspirou para escrever o Manifesto Comunista, que funcionou como uma espécie de despoletador dos movimentos socialistas que se espalharam pela Europa industrializada.
Em todo o caso, o emancipalismo do proletariado suscitado pelo marxismo, teve as suas divergências resultante dos diferentes graus de desenvolvimento socioeconómico e cultural das nações onde despontavam, do que resultariam duas correntes distintas. Uma evidenciava forte inspiração utópica e evolucionista/construtiva, apregoando uma certa passividade, ou seja uma paz social contrária ao feroz revolucionarismo marxista, tendo por objectivo a formação de cooperativas operárias das quais futuramente poderiam emanar organizações sociopolíticas, nomeadamente os partidos trabalhistas ou partidos dos trabalhadores de inspiração socialista. A outra corrente perfilava-se na oposição da primeira, já que se inspira em pressupostos demagógicos, de conspiração do poder não temendo a legalidade dos meios para atingir os fins, não pondo até de parte o terrorismo político através da formação de células revolucionárias e de organizações clandestinas, secretas e à margem da lei, com objectivos de desobediência civil. Foi, em muitos casos, esta a via que vingou e melhores resultados obteve. Na perspectiva de Bernstein o marxismo evoluiu como uma espécie de síntese destas duas correntes, extraindo dos revolucionários a concepção de luta de classes e dos socialistas as noções económicas e sociais que garantam a emancipação dos trabalhadores. É curioso que Engels adoptou primeiramente a corrente revolucionária mas depois optou por uma vertente de síntese socialista, sendo nesse aspecto que Bernstein incide toda a sua análise político-filosófica questionando as razões que terão levado o marxismo a modificar pontualmente as suas formas de actuação política, umas vezes mais revolucionárias e agressivas do que outras mais complacentes e passivas.
Bernstein concluiu que essas são as contradições próprias do dualismo que inspira a própria doutrina marxista, que em boa verdade não ultrapassa o blanquismo, excepto nos métodos a adoptar para atingir os seus fins, que nesse aspecto é mais radical já que preconiza a violência revolucionária como principal meio de assalto ao poder. A síntese, como confluência da dialéctica marxista, preconizada por Engels vai ao ponto de propor a negociação do apoio das massas laboriosas a um partido moderado, ainda que de inspiração burguesa, que aceite a transformação progressiva da organização político-socioeconómica com vista à implantação duma sociedade mais justa e igualitária. Marx aceita que numa primeira fase se negoceie o apoio dos proletários a esse partido burguês moderado, até que numa segunda fase os operários tomem conta do poder.
Bernstein na sua análise às fragilidades e contra-sensos do marxismo insiste na necessidade duma revisão da sua dialéctica, numa alteração na forma de apropriação dos meios de produção e de troca, transformando-os em propriedade do Estado. Acha que Engels levianamente só pensou na tomada do poder descurando as consequências económicas que isso poderá acarretar para a sobrevivência do povo. Por isso Bernstein considera a saúde económica do Estado como um pressuposto fundamental para a evolução social.
Bernstein explicita que o blaquismo do marxismo inclui-se na génese da dialéctica e para além disso reflecte sobre a perspectiva Engeliana, na qual afirma que a tomada revolucionária do poder consiste basicamente na sua produção activa. Este marxista alemão critica habilmente o seu súbito, explorando os aspectos da luta de classes de tal modo que vê a necessidade da existência de uma ruptura com a tradição.
Actualmente, o marxismo perdeu o seu vigor ao nível dos meios intelectuais e políticos, em consequência das críticas e contradições que a própria teoria detinha.

BERNSTEIN, Edouard (1986), “Fundamentos do Socialismo marxista” e “O marxismo e a dialéctica marxiana”, in: Pressupostos do Socialismo e as Tarefas da Social-Democracia, Lisboa: D. Quixote, pp. 47-85

nº 23192 - Zara Vilhena Mesquita

Herbert Spencer e a sua visão evolucionista da sociedade

Spencer contemporâneo de Karl Marx iniciou a sua vida intelectual nos Estados Unidos onde pronunciou várias conferências, enunciando a partir de então a sua visão evolucionista da sociedade.
Herbert Spencer foi o primeiro sociólogo a aparecer nos manuais de Filosofia e Sociologia. A sua obra principal é o Tratado de Filosofia, em dez volumes, dos quais quatro são dedicados ao equacionamento dos princípios de Sociologia, apresentando nessa altura conceitos que ainda hoje permanecem actuais.
Por essa razão é que foi considerado um dos grandes nomes da Sociologia Clássica e um dos pioneiros da Sociologia Evolucionista, pela agregação e diferenciação da sociedade. Os seus princípios causaram admiração, passando a ser adoptados pelos intelectuais.
Spencer diz que a agregação dos intelectuais como grupo de pressão intelectual tornou-se mais visível e inclusivamente característico das sociedades centralizadas, onde a concorrência das ideias é imperfeita e onde só alguns têm o poder de exercer uma censura discreta sobre as opiniões dos heterodoxos.
Spencer acredita que a densidade social contribui para que as sociedades se diferenciem e a divisão do trabalho aumente.
De uma maneira geral considera-se que o evolucionismo de Spencer é prudente, manifestando-se em três aspectos.
• Em primeiro lugar pode falar-se da lei da evolução dependendo de condições diversas que a favorecem ou a inibem. Esta lei é conhecida por utilizar um conceito anacrónico, como um modelo de forma muito realista.
• Em segundo lugar o tipo de sociedades que depois distingue não deve ser interpretado de forma realista. Spencer insiste constantemente no facto de uma mesma sociedade poder comportar aspectos próprios do tipo militar e do tipo industrial. Assim, nada indica que os conflitos veiculados entre sociedades industrializadas estejam condenados a desaparecer e em consequência uma sociedade industrial não esteja a tomar medidas.
• Em terceiro lugar o que contribui para que Spencer seja um evolucionista “bien temperé” é por que é sensível à complexidade dos determinismos sociais. Os indivíduos tendem a adaptar-se ao sistema social ao qual pertencem.
Num regime militar tendem a manifestar comportamentos de submissão que caracterizam o referido regime. Ao contrário num regime industrial os indivíduos tendem a demonstrar o seu sentido de invenção e iniciativa. Reciprocamente as atitudes do indivíduo facilitam ou inibem o aparecimento ou a manutenção do tal tipo social.
Enfim, Spencer é muito sensível à ideia dum sistema complexo, cujas consequências de mudança podem desenvolver-se em cascata, as quais são dificilmente previsíveis.
Spencer propõe deixar o justo lugar às teorias acidentalistas, insistindo também que a forma do regime político não é o produto dum determinismo restrito.
Pode-se dizer que o Evolucionismo de Spencer é muito mais complexo e subtil que o dos outros sociólogos como Comte ou Durkheim, por exemplo.
Spencer vê que a mudança ou a persistência duma estrutura resulta de relações de causa entre os indivíduos e o sistema.
Segundo um outro ponto de vista, Spencer terá claramente inspirado Durkheim. Na sua perspectiva de Sociologia da Religião, esforça-se por mostrar que as crenças, longe de serem superstições são esquemas interpretativos que o homem desenvolve para dominar o seu meio ambiente.
À medida que as sociedades se tornam mais complexas e que desenvolvem a ciência e a técnica, as representações religiosas transformam-se. Numa sociedade complexa Deus não pode ser encarregado de regulamentar os detalhes da vida quotidiana e não pode ter a palavra sobre todos os assuntos. A sua intervenção é limitada e abandona o poder de ditar a lei aos órgãos laicos.
De qualquer maneira, mesmo nas sociedades modernas, o poder regulador do governo não pode senão influenciar assuntos sobre os quais a tradição os deixa livres de intervir. A religião não é para Spencer uma superstição, não é mais, como queria Durkheim, do que uma adoração da sociedade.
As análises de Spencer sobre esta matéria são com efeito próximas das propostas por Marx Weber.
Spencer está consciente da armadilha do realismo e sabe que as leis da evolução não se aplicam senão a circunstâncias favoráveis, pois a sua teoria de evolução social comporta uma certa ambiguidade. Assim, a evolução conduz, como já se viu, a sociedades de tipo “militar” ou do tipo “industrial”.
O bom funcionamento das leis da evolução não é então garantido: pode-se descrever de múltiplos processos evolutivos, mas os movimentos de retorno ao tipo “militar” não estão jamais excluídos.
Apesar disso, Spencer acredita na evolução. È a Lei da evolução que lhe parece governar não só as sociedades, mas o universo, não só o “supraorgânico”, mas o orgânico, razão pela qual os Princípios da Sociologia são precedidos dos Princípios de Biologia.
Spencer aborda constantemente as analogias entre os fenómenos biológicos e os sociológicos, as noções da função, da estrutura, do equilíbrio, de diferenciação, do orgânico aplicando-se bem aos dois reinos. Para ele, uma sociedade “é um organismo”, mas unicamente no sentido analógico, marcando a sua preocupação, evitando interpretações realistas dos esquemas de inteligibilidade que desenvolve, e o seu “funcionalismo” é bastante mais prudente que o de Durkhheim ou de Brown, por exemplo.

BARATA, Óscar Soares (1982), “A Sociologia de Herbert Spencer”, in Estudos Políticos e Sociais, Lisboa: pp,203-255

nº 23192 - Zara Vilhena Mesquita

Para alguém especial....



Amo-te

Aprendi a viver....

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A erva fresca do nosso amanhecer

Apetece-me sonhar acordada no meio de nós...Sinto o cheiro da erva fresca que encadeia os olhos sempre que dou um passo em frente. Neste breve instante, sinto um tremelicar ou talvez um palpitar de um coração doce que repousa na alma que um dia ousou renascer.
Olhando em meu redor, escuto o vento, saboreio a água salgada que banha o meu ventre e vejo que em mim cresceu um novo olhar...uma nova vida. O tempo parou aqui. As pétalas das tuas flores susurraram-me ao ouvido a palavra "amo-te" e eu estremeci de felicidade por também desenhar no nosso papel de areia essa mesma palavra "amo-te".
Hoje estou aqui...tu estás ai mas amanhã estaremos no mesmo lugar.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

4º Passo... de uma longa caminhada



A Chave da fechadura é o coração de ouro num amor verdadeiro...I love you