quinta-feira, 18 de março de 2010

Filme: Playground Love - Air from The Virgin Suicides



Truz! Truz! Já fizeste a critica deste filme?
Vamos fazê-la em conjunto?

Critica Cinematográfica

SIMPLICIDADE E MUITA SENSIBILIDADE

Baseado no romance de Jeffrey Eugenides, «As Virgens Suicidas» é a estreia na realização de Sofia Coppola, depois de uma falhada incursão como actriz em O «Padrinho - Parte III». O mais espantoso neste filme, é que se observa no olhar terno, no sorriso tímido e no ar da sedutora ingénua Sofia, características suas muito próprias, com defeitos, mas que se revela estranhamente atraente.

A história passa-se em torno de uma família de classe média (o pai é professor de matemática e a mãe doméstica) dos arredores de Michigan. Tudo se inicia com o suicídio de uma das cinco irmãs e com a protecção repressiva da mãe, extremadamente religiosa, que leva à autodestruição e suicídio das outras quatro. Tudo narrado na perspectiva voyeurista de rapazes do bairro.

Contando com um argumento muito pobre em que muitas coisas ficam por explorar e outras se apresentam de ténue explicação, o filme carece de ritmo, sendo pouco apelativo em alguns momentos - especialmente no início. No entanto, o ambiente de hipnótica ilusão, a simplicidade das imagens e uma certa ingenuidade tornam o filme bonito (é este o termo!). A música muito bem acrescentada a cada situação e a beleza ímpar das jovens, assim como a irreverência colocada na sua revolta (leia-se suicídio), são igualmente felizes.

Em suma, «As Virgens Suicidas», sendo uma obra que não envergonha e demonstrativa até de argumentos para o futuro, também não terá - na minha opinião - os imensos atributos que são apregoados pela crítica profissional. Acaba por ser um misto de drama e comédia negra, marcados por uma visão de assinalável cinismo. Atente-se na cena cruel passada numa festa - já depois das mortes -, em que um indivíduo salta para a piscina - simulando suicídio - e pede ajuda referindo ser um adolescente com problemas.

Participações regulares de James Woods e de uma Kathleen Turner onde se nota já o passar implacável dos anos. O resto do elenco não compromete.

by Joaquim Lucas

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