terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: Iniciativa e Relações interpessoais entre crianças dos 5 aos 7 anos



Comparando com os anos pré-escolares, as crianças mais velhas têm uma taxa de crescimento muito baixa, que influencia as habilidades coordenativas. Durante os anos escolares, as crianças demonstram possuir um grande desenvolvimento motor. As mais velhas são mais fortes e ágeis, tendo um maior equilíbrio que as mais novas. A participação e cooperação de crianças nos diferentes desportos torna-se cada vez mais real a partir 1970. As crianças que participam em desportos benéficos à saúde, predispõem de um exercício regularizado e desta forma, aprendem a cooperar umas com as outras. A nutrição nestas idades geralmente é feita de forma salutar, pois estas detêm um físico pobre em fibras, denotando-se muitas vezes a obesidade em faixas etárias mais baixas.
Na escola, resolvem-se problemas de lógica, usando operações, que até os próprios adultos utilizam como é evidente. As crianças tornam-se criativas na resolução destes mesmos problemas, pois conseguem mentalmente representar acções e focar uma multiplicidade de dimensões que ajudam a compreender a conservação da massa. Assim passam a seriar e numerar tarefas cada vez mais sofisticadas. As crianças são influenciadas pela família, cultura e por todas as experiências que a rodeiam.
O vocabulário utilizado pelas crianças continua a expandir-se rapidamente, começando mesmo a utilizar frases idiomáticas que não podem ser interpretadas literalmente. Mais tarde, estas começam a entender a linguagem pragmática, desenvolvendo habilidades a fim de manter temas de conversação, fazendo com que compreendam os outros com relativa facilidade. A maior parte das aprendizagens que ocorrem nos anos escolares incidem-se sobre a capacidade de ler e escrever. Os métodos de ensino utilizados variam ao longo dos tempos e muitos educadores recomendam usar a combinação de tarefas.
Para definir e medir a inteligência são usadas formas complexas e controversas. As mais comuns encaixam no chamado teste de QI da Escala de Inteligência de Wechsler que mede a performance da inteligência ao nível do conhecimento verbalizado. Em conjunto com todas estas formas controversas, a inteligência é testada ao nível das bases culturais que delineiam os resultados do QI tal como acontece como alguns grupos étnicos. Variadas concepções alternativas de inteligência foram propostas. A teoria tri-hierarquica de Sternberg descreve três componentes envolvidas nos processos de informação que influenciam a inteligência. Gardner mostrou muitas inteligências sugeridas que são muitas vezes dominadas pelas pessoas mais inteligentes. A criatividade é de difícil acesso. Os testes mais comuns usam componentes verbais e gráficas para medir a fluência, a flexibilidade e originalidade. Os esforços educacionais são focados de modos diferentes para a criatividade ser preponderante nas crianças por meio do encorajamento, usando estratégias especificas e estilos de trabalho.
Nesta faixa etária (entre os 5 anos e os 8/9 anos), as crianças são mais parecidas umas com os outras porque têm uma personalidade estável e interna, denotando-se uma aparência que recorre a mais meios de informação, desenvolvendo os seus talentos, habilidades e interesses. A discriminação de tarefas pode despoletar na criança um nível cognitivo mais alargado com a finalidade de compreender melhor o que a rodeia.
Acreditar nas crianças pode ter um papel activo na nossa própria educação, muitos educadores centram-se nas actividades estudantis a fim de encorajar as mesmas a resolver problemas de racionalidade e criatividade. A educação infantil necessita de ser alterada porque a população estudantil é muito diversificada. Parte da educação muda com a existência de melhores oportunidades para as crianças e providenciam necessidades especiais para algumas delas. As expectativas dos professores em relação aos estudantes influenciam a sua performance, porque os professores não têm bases suficientes, nem programas de treino que possam desenvolver métodos de reconhecimento.
As crianças que necessitam de apoio especial têm a garantia de educação pública gratuita que estabilizam a sua vida de aprendiz. As escolas são obrigadas a ter um papel muito importante na vida das crianças ainda que num ambiente restrito que possui uma alargada taxa de oportunidade. A desordem mental que as crianças demonstram implica o aparecimento de uma atenção deficitária que desencadeia uma hiperactividade perturbadora. Estas crianças além de um baixo nível de atenção, detêm uma impulsividade extrema. Os factores genéticos e ambientais influenciam intrinsecamente o seu desenvolvimento. O comportamento, a nutrição e inoperência dos medicamentos em determinadas doenças condicionam o seu desempenho. Os deficientes mentais têm uma funcionalidade intelectual diminuta, adaptando-se ao meio de uma forma mais induzida. Os retardados são distribuídos em quatro níveis que se identificam pelas suas funcionalidades. Já na altura pré-natal se conhecem as causas deste tipo de deficiências, mas as alterações ambientais podem ser uma das suas causas. As crianças mentalmente retardadas inserem-se em classes especiais, tendo obrigatoriamente direito a uma educação diferente.
Em contrapartida, as crianças sobredotadas podem ter dificuldades de identidade, especialmente os estudantes que se encontram em menoridade inseridas nas classes escolares. Aquelas que se apresentam sobredotadas podem aborrecer-se e ter dificuldades de integração nos parâmetros normais de uma turma. Estas podem ser encorajadas a entrar em escolas especiais, focalizadas em desenvolver os seus talentos. A melhor educação envolve um programa acelerado, onde se evidenciam as bases científicas.
As crianças que crescem num ambiente pobre não se envolvem num potencial desenvolvimento intelectual porque a nutrição é inadequada assim como a saúde é intrinsecamente afectada. As famílias podem deter um suporte importante para a intelectualidade das crianças e o seu talento desenvolve-se com sessões práticas de supervisionamento, e uma forte estimulação intelectual e educacional. A cultura das famílias influencia em grande parte os valores culturais dos seus descendentes.
A terceira infância está marcada por um período dispare de desenvolvimento. Nesta faixa etária assumem-se novos papéis e adquirem-se novas capacidades muito mais complexas em diversos ambientes, preenchendo as mais elevadas expectativas dos adultos. Muitas destas expectativas manipulam o comportamento das crianças, alterando aspectos sociais e morais. Na terceira infância, quando a criança entra na escola, fazem novos contactos com parceiros mais velhos e mais novos, distanciando-se dos adultos. Os novos ambientes e interacções têm maiores efeitos do desenvolvimento intelectual, social e infantil. Muitas crianças atingem níveis de sucesso elevados.
Durante a idade escolar as crianças encontram a sua performance na inter-relação com os outros. Estas crianças são avaliadas pelos professores, e assim os seus pais tomam conhecimento da sua performance e comportamento no recinto escolar. Os testes, os trabalhos de casa e as novas aprendizagens tomam a maior parte do seu tempo, adquirindo desta forma recursos adicionais de comparação entre os seus colegas. Nesta faixa etária, as crianças formam novos amigos e surgem os chamados inimigos. Muitos destas mudanças e stresses não estavam presentes antes das crianças entrarem na escola. Na terceira infância, as crianças têm que desenvolver novas estratégias de coping de acordo com o stresse implementado pelas alterações do meio ambiente socio-afectivo. Muitas crianças vêem estas transformações de forma saudável, utilizando as estratégias de coping de modo adequado, reajustando as suas tarefas de acordo com o tempo disponível.



Bee H. (2000. 9th ed.) The Developing Child. London: Allyn and Bacon.

Berk L. (2000. 5th ed.) Child Development. Boston: Allyn and Bacon.

Berk L. (2002. 4th ed.) Infants and Children. Boston: Allyn & Bacon.

Palacios J., Marchesi A., Coll C. (2001. 2ª ed.) Desarrollo psicológico y educación. Psicología evolutiva. Madrid: Alianza Edit.




nº 23192 - Zara Vilhena Mesquita

Nenhum comentário: