Conformidade é uma forma de influência social que caracteriza o comportamento de um indivíduo, a tal ponto que, o mesmo passa a ser determinado pela norma e pela pressão de um grupo ou de uma autoridade. A conformidade permite estabelecer opiniões de concordância entre os indivíduos, incluindo também os membros do próprio grupo ou da autoridade. No entanto, este tipo de conformidade pode incidir sobre um espécie de submissão exterior, instrumental ou cognitiva, mesmo que seja induzida por adesão à norma colectiva. A conformidade traduz simultaneamente o equilíbrio de uma estrutura, a uniformização das atitudes e a influência normativa do grupo. A conformidade de um sujeito no seio de um grupo depende da atracção exercida e do lugar que lhe é atribuído; o medo de rejeição sobrepõe-se à atracção.
Noutro plano, surge-nos a mudança que se interpela como um acto pelo qual um objecto se modifica ou é modificado numa ou em várias das suas características. Podem assim estudar-se os processos de mudança nas organizações sociais ou na estrutura da personalidade e ser levados em conta os factores que contribuem para a realização destes processos e aqueles que se opõem à mudança. Os factores de resistência à mudança constituem um objecto privilegiado de investigação na cura psicanalítica. Como o termo mudança não se reveste de um sentido técnico preciso, o seu uso exige que se determinem cuidadosamente o objecto ao qual ele se refere e os processos de transformação que a ele se aplicam.
A conformidade reduz-se a uma espécie de influência social que não deixa que cada um de nós disponha da sua criatividade para atingir determinados fins. A atitude conformista é a mais fácil de assumir porque por si só não gera disputas entre os indivíduos, a tal ponto que tudo é aceite sem o mínimo questionamento da origem dos factos. A conformidade pressupõe uma atitude de submissão face ao outro que por seu lado se torna autoritário em qualquer tipo de decisão interpelada ou não pelo grupo. A atitude conformista é aquela que não advoga nenhum tipo de discordância, apenas estando implícita a submissão, onde o chamado medo de rejeição se sobrepõe à atracção. Este tipo de atitude busca uma uniformização do grupo com respeito à influência normativa do mesmo.
Uma das consequências mais negativas da atitude conformista debate-se com o papel social de submissão, destruindo por si só a chamada liberdade de escolha, por outro lado podemos denotar uma consequência positiva na medida em que persiste uma inexistência de discussão inter e intragrupal. Interpelando a conformidade surge-nos a mudança que pressupõe obviamente uma alteração de pensamento e consequentemente de atitude face a um dado problema.
A mudança pode gerar conflitos entre os indivíduos pois, esta por si só, induz uma acomodação e uma assimilação de novos valores entre outros mediante um dado problema. A habituação à mudança é lenificada graças aos conflitos nela implícitos, no entanto a mudança pressupõe uma criatividade mais dinâmica face um dado problema. A mudança permite-nos conhecer novas perspectivas, novos valores incluindo em toda a sua plenitude uma atitude anti-conformista e indubitavelmente criativa.
nº 23192 - Zara Vilhena Mesquita
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