terça-feira, 15 de setembro de 2009
PSICOLOGIA DA SAÚDE: Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa está classificada como uma perturbação do comportamento alimentar, constituída essencialmente por uma excessiva perda de peso, surgindo predominantemente em indivíduos do sexo feminino, sobretudo em adolescentes e jovens.
O diagnóstico, que nem sempre é feito com a precocidade devida, deve ser elaborado de forma a ter em conta os principais factores que explicam o emagrecimento.
O medo de engordar faz com que os doentes adoptem um comportamento destinado a alcançar os objectivos idealizados, mesmo que para isso tenham que deixar de comer e/ou utilizar métodos mais drásticos. Portanto, quando a doença atinge o seu pleno desenvolvimento o doente já perdeu muito peso.
Os doentes anoréxicos distorcem a sua imagem corporal porque têm tendência a considerar-se mais gordos do que na realidade são, mesmo estando francamente emagrecidos. A actividade física, intelectual, escolar e social não sofre, em regra, grande alteração ao longo da doença. Estes doentes são normalmente bons estudantes, mantendo ou acentuando o interesse pelos estudos.
Conclui-se que ao nível somático é habitual encontrar pacientes com uma apresentação física demasiado chocante para as pessoas que se encontram dentro de um padrão de normalidade. Por outro lado, do ponto de vista psicológico, os doentes anoréxicos apresentam, na sua grande maioria, uma personalidade rígida e obsessiva, pelo que o medo de aumentarem de peso e de se tornarem pessoas obesas transforma-se numa autêntica obsessão, não deixando de reflectir uma personalidade depressiva.
As possíveis causas psicológicas apontadas são de ordem afectiva, especialmente na infância. Por exemplo, uma decepção sentimental ou problemas familiares podem provocar o aparecimento desta doença.
A anorexia pode ser um sintoma nos distúrbios mentais (distúrbio comportamental, funcional ou orgânico, suficientemente grave e que necessite de ajuda de profissionais). Assim, a constatação do seu típico conjunto de sintomas, torna-se imprescindível para estabelecer um diagnóstico preciso que a distinga de outras doenças psiquiátricas, que apresentam como uma das suas características a diminuição do apetite e consequente perda de peso.
Relativamente à abordagem terapêutica, devemos entender que cabe ao terapeuta decidir qual deve implementar, tendo em conta a sua orientação teórica. A terapia cognitivo-comportamental apresenta resultados mais eficazes, segundo os autores.
É pertinente referir que o Psicólogo da Saúde é promotor de comportamentos saudáveis e que, através de programas de intervenção, inutiliza as crenças irracionais que normalmente se vão enraizando no processo de desenvolvimento de cada pessoa e que dificilmente são trocadas pelas mais correctas. Para além disso, mas não menos importante, é a aposta, por parte destes técnicos, na prevenção, tentando diminuir ou mesmo extinguir o surgimento de doenças e perturbações, que muitas vezes provêm de pensamentos distorcidos e porque não são fornecidas estratégias para a pessoa lidar com situações conflituosas com que se depara ao longo da sua vida.
A complexidade do transtorno (Anorexia Nervosa) incita à necessidade de um trabalho em equipa para melhor auxiliar os jovens com este comportamento problemático.
nº23192 - Zara Vilhena Mesquita
Referências Bibliográficas
Backmund, H., Gerlinghoff, M. (1997). Anorexia e Bulimia. (1ª Edição). Lisboa: Editorial Presença.
Bouça, D. (2000). Anorexia Nervosa minha amiga. ((2ª Edição). Porto: Ambar.
Bryan, L., Bryant-Waugh, R. (2002). Doenças do comportamento alimentar: um guia para os pais. (1ª Edição). Lisboa: Editorial Presença.
Raich, Mª., R. (2001). A Anorexia e Bulimia. Amadora: Editora McGraw-Hill.
Sampaio, D. (1998). Vivemos livres numa prisão. Lisboa: Edições Caminho.
Toro, J., Vilardell, E. (1987). Anorexia Nerviosa. Barcelona: Martínez Roca - libros universitários e professionales.
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