quarta-feira, 19 de agosto de 2009

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: Iniciativa e Relações Interpessoais/Sociais entre crianças




O aprofundamento das teorias e sistemas conceptuais implícitas no tema Iniciativa e Relações Interpessoais e Sociais entre crianças, assim como o estudo personalizado de três importantes faixas etárias que se coadunam com as três primeiras infâncias -Desenvolvimento Social da Criança entre os 0 e os 3 anos; Iniciativa e Relações Interpessoais entre Crianças dos 3 aos 5 anos; Iniciativa e Relações Interpessoais entre Crianças dos 5 aos 7 anos - afiguram-se como um tema complexo, vasto e abrangente, susceptível de múltiplas abordagens (perspectiva biológica, cognitiva, sociológica e psicológica).
Numa perspectiva sociológica, podemos inferir a evolução da criança na sua relação com os outros, não esquecendo o desenvolvimento das suas competências emocionais, linguísticas, afectivas e de raciocínio, demarcadas muitas vezes nas suas brincadeiras. O desenvolvimento destas competências determinam firmemente o seu sucesso ou insucesso escolar. As capacidades mais vinculadas nestas crianças coadunam-se com a tomada de iniciativa, onde estão patentes acções de intencionalidade, desejo de amizade e a resolução dos conflitos entre o “eu” e o “nós”, despoletando por si uma atroz competência social. Ainda a este nível social surge a relação entre pares, sendo que os mesmos imperam por ser os mais importantes agentes socializadores. Os contextos onde se encontram implementados os modelos dos primeiros níveis de educação de infância tornaram-se os principais contextos onde as crianças se interrelacionam.
Numa perspectiva biológica, não poderemos esquecer que o desenvolvimento cognitivo e neurológico adequado é essencial à estabilidade socio-emocional da criança. Na primeira infância, os recém-nascidos expressavam a excitação geral como único estado emocional. As suas capacidades emocionais permitem-lhes um mais largo “espectro de acção” sobre os adultos, possibilitando à criança chamar e manter a atenção dos pais (agentes de socialização primários). Estes recém-nascidos revelam trejeitos musculares, principalmente do rosto. O sorriso e o choro são as expressões faciais mais usadas. Nos lactentes o choro é um reflexo que resulta de uma resposta normal e involuntária a um estímulo. O sorriso é dos aspectos mais importantes do desenvolvimento emocional e social, (nos primeiros seis meses de vida da criança) reforçando a vinculação aos pais, desenvolvendo-se por meio de uma série de mudanças maturacionais.
Numa perspectiva psicológica, torna-se importante salientar que na segunda infância as crianças passam a ter uma nova visão do mundo social que as rodeia. A auto-consciência começa a fazer parte do seu Ego. Conforme o modo como as crianças assimilaram e acomodaram as informações provenientes de experiências anteriores, algumas tendem a ver-se a si próprias como activas, independentes e persistentes. Por outro lado, estas mudanças também podem conduzir a uma visão negativa delas próprias (incerteza, fracasso).
Numa perspectiva cognitiva, a criança após a sua inserção na escola (na terceira infância), começa a progredir ao nível da resolução de problemas de lógica, adquirindo, também fluência e flexibilidade verbal, admitindo o uso de posições e/ou frases pragmáticas. A aprendizagem começa a ser direccionada a todas as dificuldades de enquadramento teórico-prático ao nível de crianças retardadas e sobredotadas. A criatividade é uma das capacidades desenvolvidas ao longo da aprendizagem escolar e a inteligência é muitas vezes avaliada pelos professores dos primeiros anos escolares.

nº 23192 - Zara Vilhena Mesquita

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