Segundo o meu ponto de vista podemos intervir junto dos consumidores de forma activa, procurando estar com o indivíduo, interessando-o por outras actividades, ajudando-o a descobrir os seus próprios gostos e capacidades, integrando-o num outro grupo de amigos. Por outro lado, também será primordial a existência de uma relação compreensiva e estimulante com o consumidor, ajudando-o a procurar apoio num centro de tratamento de toxicodependentes. Em relação aos pais, impõe-se o dever de ajudar os seus filhos, já que estes representam o melhor apoio que os jovens podem ter contra o consumo de drogas. Em certa medida, os pais podem ajudar os filhos a criar resistências através da educação que muitas das vezes se reflecte no amor e consagra-se pelo apoio dado ao nível da orientação emocional e sócio-profissional. Digamos que, um ambiente de estabilidade e comunicação nas relações entre pais e filhos ajuda-os a desenvolver os valores individuais e a autoconfiança que lhes permite resistir às solicitações e tentações exteriores. No entanto, não podemos deixar de relativizar a pressão dos amigos e colegas que por si só pode ter uma forte influência sobre o adolescente.
Tal como os amigos, os pais podem dar informações úteis sobre a droga mas, para o fazer têm que estar informados, o que não quer dizer que tenham que ser especialistas, mas sim ter os conhecimentos suficientes para poder conversar com os consumidores. Infelizmente, muitos pais só começam a conversar sobre estes problemas quando os filhos já estão inserido no "mundo das drogas", e nesta altura, já pode ser tarde. Os pais e os amigos devem falar sobre o flagelo da droga antes que o problema surja. Durante a instrução primária é provável que as crianças já saibam alguma coisa sobre a droga mas, é possível que o que estas sabem não esteja certo ou pior do que isso, que não se apercebam dos perigos da droga. Por isso mesmo, é primordial que os pais estejam preparados para informar, conversar com os seus filhos logo desde muito pequenos.
Em relação aos consumidores, poderei tentar informá-los dos perigos das drogas, dizendo-lhes que as drogas os impedem de ter uma vida saudável, que quando se começa é difícil voltar atrás e que as drogas conduzem a uma vida rotineira e desinteressante. Para além disso, poderei também demonstrar que o consumo de drogas me preocupa, visto que, as consequências físicas, mentais e sociais que as mesmas provocam são muitas vezes irreversíveis. Seria pertinente informar o consumidor que não há drogas boas e todas têm malefícios implícitos para a saúde, e para além disso as mesmas não são solução para os seus problemas interiores. Também será relutante fazer-lhes ver que todas as drogas criam dependência e é difícil parar.
De qualquer modo, não será de todo favorável para a recuperação do consumidor, falar apenas sobre a droga, pois o mais relutante será interessá-los sobre outros aspectos da vida, motivando-os para outras actividades. Conduzir o consumidor para uma consulta especializada onde lhe podem dar informações coerentes acerca do flagelo da droga será importante.
Hoje em dia, identificamos um número amplo de factores que diminuem a probabilidade de um adolescente consumir drogas. Alguns destes factores têm conotação com as trocas culturais e legislativas da nossa sociedade (eliminar a publicidade de bebidas alcoólicas e tabaco, aumentar a pressão, cumprir rigorosamente as leis que proíbem a sua venda a menores, generalizar a prevenção na escola, etc.).
Outros factores de protecção relacionam-se com características do próprio sujeito, que ao longo da sua vida têm de tomar a decisão de consumir ou não drogas. Alguns desses factores consagram-se com: canalizar positivamente a curiosidade dos adolescentes para actividades construtivas; compartilhar com adolescentes uma informação adequada e verdadeira sobre as drogas e os riscos associados ao seu consumo, a fim de favorecer uma tomada de decisão livre antes da previsível oferta de drogas que mais cedo ou mais tarde serão alvo de abordagem.
Para além destes dois factores, será inoperante referenciar que a educação das crianças e dos adolescentes com valores e atitudes de apreço, com respeito e responsabilidade para com a própria saúde e com a da comunidade é vista como uma das formas de intervir sobre o consumo generalizado de drogas; não esquecendo que estimular a auto-estima das crianças e dos adolescentes, torna-se num objectivo de redução do risco de interesse pelas drogas com a funcionalidade de melhorar o amor-próprio que se vigora como frágil.
Outro dos factores de protecção e intervenção junto dos consumidores evidencia-se no desenvolvimento de habilidades sociais que os ajudam a comportar-se com uma aceitável autonomia em relação aos seus amigos, a neutralizar positivamente às pressões dos seus companheiros que consomem drogas e, neste caso podem interrelacionar-se com o meio social em que se inserem; não esquecendo a promoção de uma vivência rica e diversa do tempo livre de forma a ajudar o adolescente a encontrar satisfações que não coloquem em perigo o seu desenvolvimento, ajudando-o a construir modos positivos de desfrutar o tédio a partir do lugar onde vive.
Por fim, evidencia-se que outra das formas de combate à droga se coaduna com o favorecimento de um exercício razoável da autoridade paterna que permite às crianças e adolescentes interiorizar normas aceitáveis de convivência, e ajuda a tomar decisões responsáveis aquando actuam movidos pela curiosidade e pelo prazer. Torna-se, então, primordial reduzir a presença das drogas em todos os lugares por onde se mobilizam os adolescentes.
nº 23192 - Zara Vilhena Mesquita
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