sexta-feira, 28 de agosto de 2009
PSICOPATOLOGIA: Doença Bipolar
A perturbação bipolar oscila entre crises de mania, hipomania e depressão, podendo muitas vezes apresentar sintomas psicóticos graves. Estima-se que 1% da população portuguesa em ambos sexos padece desta perturbação do humor.
Segundo estudos científicos, infere-se que os medicamentos são mais eficazes na estabilização do humor ao nível do alívio das crises de mania do que das depressivas. Actualmente, a psicoterapia cognitivo-comportamental torna-se num modo terapêutico bastante eficaz aliada à utilização da terapia farmacológica, não descurando o papel das intervenções psicossociais exteriores ao indivíduo que sofre de perturbação bipolar.
O lítio tem sido referido como um importante componente que actua no sistema serotinérgico, podendo ser extremamente útil no tratamento da perturbação bipolar, visto que o mesmo parece reduzir a agressividade em alguns doentes, além de que existem referências à sua utilidade em doentes depressivos com grande labilidade emocional. Também têm surgido algumas referências à utilidade dos inibidores da recaptação da 5-HT nesta doença, mas ainda não foram feitos ensaios controlados.
Nas perturbações afectivas bipolares, em que existem episódios maníacos e depressivos na história do doente, o lítio tem sido amplamente investigado em ensaios controlados contra placebo, estando estabelecida a sua eficácia na redução de episódios subsequentes. A consistência das observações sobre o efeito profiláctico do lítio não deixa dúvidas de que é este o tratamento de eleição. Os antidepressivos parecem menos eficazes do que o lítio na profilaxia da depressão bipolar, pois estão associados ao desencadear de episódios maníacos num número significativo de casos. Este fenómeno parece ocorrer com todos os antidepressivos e não com determinados fármacos. De uma maneira geral, a terapêutica de indivíduos com doença afectiva bipolar durante um internamento psiquiátrico, ou numa consulta de psiquiatria, continuando, depois, numa consulta para doentes externos exclusivamente a tomarem lítio. No entanto uma vez que estes doentes continuarão a tomar lítio durante toda a sua vida, o acompanhamento é feito, na sua maior parte, no centro de saúde da sua zona de residência. O lítio é um fármaco cuja prescrição acarreta problemas, uma vez que tem de ser monotorizada a fim de manter os níveis plasmáticos dentro dos limites estreitos para evitar níveis elevados, os quais estão associados a um aumento de toxicidade, mantendo por outro lado, um nível terapêutico eficaz. Infelizmente, estes doentes nem sempre ficam bem, quer porque deixam de tomar a sua medicação quer porque esta deixa de ser eficaz.
nº 23192 - Zara Vilhena Mesquita
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Um comentário:
Acho que sofro disto...:)
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