sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ilumina-me - Pedro Abrunhosa

Ilumina-me
Pedro Abrunhosa
Composição: Pedro Abrunhosa/ Pedro Abrunhosa

Sonhos em pedaços

Sonhos e pedaços de um caminho outrora delineado. Fragmentado é o tempo que desenhei na areia e nas brisas do mar. Horizontes que desenhei só para me sentir segura. Continuei lutando contra as marés, tentando perceber se este é o meu caminho. De nada me arrependo mas, às vezes não me apetece dar um passo. Pensei que o mundo da psicologia fosse preencher-me na sua totalidade. Agora, sentada num banco de jardim, vejo que a psicologia é apenas mais um percurso. Gostava de descobrir o meu mundo, aquele onde provalvelmente conhecerei o meu ser preenchido de pedaços unidos e não fragmentados. Sinto-me feliz aninhada a estas linhas de escrita. Porventura, não sei onde surge o meu verdadeiro eu, apenas sei que aninhada a vós sinto-me tranquila.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Copo na mesa

Um copo na mesa, um pingo no espelho...um olhar no horizonte...uma luz ao fundo do túnel e um corpo perdido, soprado pelo vento...aninhada a mim, a ti, ao nós e ao vós...vejo como cresci num porto seguro mas com poucas pontes....poucas pontes que seguram a solidão e tornam fortes as raizes que crescem....nada mais belo do que rodopiar por entre o veludo acetinado do véu ancestral que anseio vislumbrar.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Boca do Mundo - Mesa

Composição: Mónica Ferraz / João Pedro Coimbra

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Desapareci no tempo

Desapareceu para sempre e não mais voltou....sem regresso por aqui me fico...esperando que surjas no meu caminho ou talvez não.....incansável e incompreensível somos todos nós...apenas porque não vi o caminho nem a luz ao fundo do túnel...transpareci nas mágoas de querer ser triste, banhada de salitre que jamais larga o corpo cansado, vislumbro um paradigma que não quis construir mas que se personificou a meu lado, num qualquer recanto sombrio e fulcralmente arrebatador....nada mais a dizer...só vejo o fim do inicio e o inicio do fim....e os contornos de me magoar por entre as margens dos rios mais perigosos que já conheci....

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Rosa (do teu jeito de ser)

Rosa (do teu jeito de ser)
Composição: Serafim Borges

Em busca da Flor

Quero uma Flor para repousar a alma e adormecer os dias...Dias que foram sedentos de longos momentos perdidos nos pântanos que trespassam os caminhos vizinhos. Não mais quero conhecer esses falsos ouros e essas falsas belezas tresmelhadas por entre os montes salpicados de ventosas que tardam em ser desnificadas. Construo aqui palavras loucas, caminhando por entre gritos que nunca quis ouvir nem pronunciar. Por agora o silêncio reina, porque nestas linhas estou no meu divã psicanalítico e nada mais há a criar. Nos momentos seguintes vou descansar os olhos, a alma e não vou mais chorar as perdas, as desventuras e os caminhos dificieis que tenho conhecido. Aceito que a vida não me tem sido fácil, se escolhesse o sono eterno objectivamente conheceria o sossego eterno, estaria de certo longe de ti, de mim própria, de todos nós e de todos vós.
Nada mais havendo a declarar vou hibernar....até ao raiar do sol.

Respirar a vida e a dor

Respirei em frente ao mar, dimensionando o tempo...Mas o tempo porventura parou, cansei-me de ver o sofrimento no olhar dos que me rodeiam. Voltei a parar, voltei a chorar, voltei a sorrir sem côr e desfiz o tempo das palavras com o tempo dos ponteiros do relógio. Peguei numa folha e rasguei todos o pedacinhos da minha alma, sem medo de jamais os poder unir. O medo de os unir foi maior do que a separação nua e crua. Simplesmente, vejo que foi necessário cortar a minha alma aos pedacinhos para perceber a importância de crescer em segurança. O medo de não conseguir sobreviver é forte demais. Mas com o medo viverei eternamente lutando. Se não tiver medo não sonharei com asas de querer alcançar a paz e a saúde.

O amor.... esse sentir nunca sentido...sempre soube como o desenhar mas nunca lhe toquei, talvez a vida ainda não me tenha mostrado seres fundidos e trespassados por puros sentimentos.
Hoje, sonhei com o mar, com as doces ondas do mar mas apenas vi a dor...a dor da solidão e dos momentos que ansiei tocar....e que noutros momentos a vida quis apagar.
Amanhã quererei dizer que consegui ultrapassar tudo, que lutei e consegui vencer, hoje apenas sei dizer que estou sempre a perder. Perder porque os olhos cansam-me e porque as mãos teimam em ficar preplexas perante tanta falta de coerência.

Queria dizer algo mais, pensar que os afectos existem mesmo, e que nasci num mundo diferente, mas o meu racicionio falha-me e tudo à minha volta bloqueia e nada progride, por isso aqui apenas sei dizer que não sei o que é amar, o que são os afectos. Só sei dizer que me sinto diferente, a corroer-me pelas lágrimas que teimam em percorrer e encher todo o meu corpo de salitre impregnado, elevando à alma pura, a solidão e a dor de viver por falta de identificação.

Hoje não tenho nome, não tenho alma, tenho dor e côr de uma vida cansada e amarga. A vida é dura e muito dificil, nada mais vislumbro.

Á noite vou pedir clemência por um paraíso melhor. E sei que tudo vai mudar. Porque eu sou assim mesmo, mudo de humores e o meu ânimo melhora com pequenas mudanças positivas: (passagem do dia para a noite, passagem de estação para estação, ou um simples gesto de um amigo aperfeiçoa todo o meu coração doloroso).


....não sei o que escrever mais....só sei que esta é a recta final.